Nova pesquisa da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística) indica que há uma melhora nas expectativas para os valores do frete rodoviário entre os empresários, mesmo com as últimas estimativas de redução do PIB (Produto Interno Bruto) para 1,5%. Em janeiro, 19% das 1500 empresas do setor consultadas acreditavam que o quadro iria melhorar. Em agosto, a parcela dos otimistas subiu para 36,6%.
Se o tabelamento do frete de fato funcionar, a Associação estima que a defasagem dos valores do frete pode começar a cair, contrariando a tendência histórica de alta no começo do ano. A defasagem entre os valores dos fretes cobrados pelas empresas de transporte rodoviário de cargas e os custos efetivos dessa atividade atingiu 17,22% em agosto.
A melhora nas expectativas para o frete rodoviário, porém, não apaga as dificuldades do setor. Uma pesquisa do Serasa Experian, realizada em junho de 2018, verificou que transportadoras de todos os portes vêm enfrentando dificuldades financeiras. Os desafios são ainda maiores para micro e pequenas empresas. Do total de transportadoras avaliadas, 56% apresentam risco financeiro, sendo que 33,9% já estão inadimplentes ou em processo de recuperação judicial e extrajudicial e falência decretada. Foram consultadas mais de 4 mil empresas, de todo país.
As condições de tráfego nas estradas deve ser outro fator de piora a curto prazo. Se os investimentos previstos em infraestrutura se mantiverem nas condições atuais, eles não vão recompor nem mesmo a deterioração normal do tráfego, portanto, haverá uma piora no quadro de transportes do país, com praticamente 60% das rodovias em condições péssimas ou inutilizáveis em 2035. Hoje, a taxa de rodovias consideradas péssimas ou inaceitáveis chega a 45,7%. Tais informações foram divulgadas pela Fundação Dom Cabral (FDC).
(Agosto/2018)
