Motoristas terão que ser ainda mais pacientes para enfrentar o trânsito na capital paulista. Após um viaduto da pista expressa da marginal Pinheiros ceder, um trecho de cerca de 20km de extensão está bloqueado, entre as pontes Transamérica e do Jaguaré.
A interdição afeta quem chega à cidade especialmente pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, mas também quem chega pela Regis Bittencourt e Raposo Tavares, com intenção de chegar à Marginal Tietê.
O viaduto, que faz parte da via expressa da marginal Pinheiros, na alça de acesso à rodovia Castelo Branco, cedeu cerca de 2 metros, no dia 15 de novembro, na altura do parque Villa-Lobos. Por enquanto, as obras no local estão focadas no escoramento da pista, para conter o risco de desabamento, e não há previsão de abertura do trânsito no local.
Em fevereiro deste ano, houve um caso semelhante em Brasília. Por lá, desabou um trecho do viaduto do Eixão Sul e, por sorte, não houve feridos.
Acidentes como estes reacendem os debates sobre manutenção no trânsito e nas rodovias. No nível federal, por exemplo, apesar da qualidade ruim das estradas e da queda nos investimentos, os custos com conservação ainda são bastante altos. O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) criou até o ICM – Índice de Condição da Manutenção, para acompanhar a sua evolução. Na segunda edição, o índice demonstrou que em 2017, o orçamento para o modal rodoviário foi de R$7,83 bilhões e, deste montante, R$4,51 bilhões, ou seja, mais da metade, foram para manutenção e conservação das estradas.
O tema é bastante controverso pois, quanto mais antiga a estrutura da rodovia, mais cara é sua manutenção e conservação. Consumindo mais recursos do orçamento, essas atividades dificultam ainda mais os investimentos em novas estruturas, gerando um círculo vicioso sem previsão de melhorias significativas para os motoristas.
(Novembro/2018)
